sexta-feira, 13 de julho de 2012

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O Lamento de Maria ou Historia Geral da Restinga Segundo Moradora

No campo trabalhava a terra
sol a sol raiava pra lavoura
enxada na mão, facão no mato, arado na roça
Daí vieram as máquina
trocaram as mão, as perna, os braço
pelos ferro, os motor, o aço!

Jogaram a gente de lado
não precisavam mais...
Juntamos o pouco que tinha:
os trapo, as panela, as cria
e nos fomos, ali a gente não cabia

Na cidade tinha de tudo: edifício, bonde, boa vida!
Mas pra gente do campo
Restava mesmo só as vila
E naquelas maloca caída
As família tavam tudo apertada e sofrida...
O único jeito era labuta:

Uns catavam papel
outros faziam bico
umas faxinavam as casa
outros eram pedreiro
cada um ia prum lado
pra moureja o dia ou procura emprego

Mas desgraça é a sombra dos pobre
Persegue os coitado a vida inteira
Pois um dia vieram as autoridade
Falando um monte de asneira:
“Remover para promover! aqui vocês não podem ficar
Vocês vão pra bem longe, pra onde o prefeito mandar!”

E tiraram as família das maloca
Tinha uns que só sabiam chora
Largaram a gente numas casa no meio do mato
E como aqui tinha um arroio que longe corria,
Chamaram esta terra de ninguém, então, de Restinga
E aqui começamos a vive e a sofre os dia...

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Cantiga

Eu vim de longe
dos barraco lá das vila
pra rompe mato
e mor’aqui na Restinga

Eu vinde longe
das maloca lá das vila
Pra sofre muito
E lut’aqui na Restinga 
 


Rafael Souza

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